O Banco de Desenvolvimento da China concordou em libertar fundos que estavam sendo mantidos como garantia de um enorme empréstimo concedido a Angola. De acordo com a ministra das finanças, Vera Daves, essa decisão resultará num acesso mensal a entre 150 e 200 milhões de dólares para Angola, sem a necessidade de reestruturar a sua dívida. A ministra também disse que Angola não solicitou uma alteração nos prazos de vencimento ou nos pagamentos da dívida, e que este acordo permitirá que o país pague a sua dívida com a China de forma mais ágil.
Apesar deste aparente alívio de liquidez, a ministra das finanças só apresenta o lado ‘bom da moeda’, em declarações ao jornal britânico Financial Times. Angola vai precisar de fontes alternativas de financiamento, como por exemplo efetuar uma emissão de títulos de dívida em dólares. No entanto, um analista citado no Financial Times aponta que essa opção implicaria o pagamento de juros elevados, visto que os atuais juros em títulos do tesouro angolano em dólares chegam a 14%.
A ministra indicou que a diversificação da economia angolana está em progresso, mencionando que os setores não petrolíferos estão em crescendo. Este tipo de discurso tem sido várias vezes realçado por membros do executivo, contudo, sabemos bem que a realidade é bem diferente.