A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) manifestou fortes críticas à governação do Presidente João Lourenço, denunciando a grave degradação económica e social que afeta o país. No comunicado final da XI sessão ordinária do Comité Permanente da Comissão Política, a maior força da oposição angolana expressou “profunda preocupação” com a situação que, segundo afirma, está a comprometer a sobrevivência de inúmeras famílias e empresas.
A UNITA responsabiliza diretamente a “má governação” pelo agravamento da crise, apontando a ausência de políticas eficazes para estancar a recessão económica, o desemprego crescente e a deterioração dos serviços públicos essenciais. Num tom contundente, apelou ao Governo que implemente medidas concretas e imediatas, capazes de inverter o rumo atual do país.
No plano da saúde pública, o partido insurgiu-se contra a gestão da epidemia de cólera que assola Angola desde janeiro, já responsável por 448 mortes e quase 12 mil infeções. Considera inadmissível que o país figure entre os piores do mundo no combate à doença, após cinco décadas de independência.
A UNITA também criticou a recente deportação de figuras políticas internacionais, incluindo antigos chefes de Estado, impedidas de participar numa conferência da sociedade civil em Benguela. O partido exige um pedido de desculpas públicas por parte do Presidente, enquanto líder da União Africana.
Outros pontos de crítica incluem a alegada perseguição a opositores, a interferência do Executivo nos poderes judicial e legislativo, o controlo sobre os meios de comunicação estatais e a recusa em reformar a Comissão Nacional Eleitoral. Para a UNITA, este cenário põe em causa a democracia angolana e exige uma reforma urgente e alinhada com os padrões da SADC.