O que deveria ser um momento de auscultação e aproximação institucional transformou-se em um episódio de frustração.

A visita da Vice-Presidente da República de Angola, Esperança Maria Eduardo Francisco da Costa, à Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto (FECUAN), na quarta-feira, 22, evidenciou, segundo a comunidade académica, um profundo distanciamento entre o Executivo e os verdadeiros desafios do ensino superior no país.

Desde as primeiras horas do dia, estudantes e docentes aguardavam a chegada da governante, na expectativa de um diálogo aberto sobre os problemas estruturais que afectam a instituição. No entanto, o que se seguiu foi um evento marcado por restrições de acesso, atraso significativo e um tempo ínfimo para discussão.

A interdição do recinto universitário pelo protocolo presidencial, seguida da chegada tardia da Vice-Presidente – apenas às 12h40, sob um forte esquema de segurança –, gerou indignação entre os presentes. A expectativa de uma conversa produtiva foi rapidamente frustrada quando o decano Redento Maia, preparado para apresentar os desafios da faculdade, foi informado de que teria apenas cinco minutos para se pronunciar.

Para isto, era melhor a senhora Vice-Presidente ficar em casa.

O tempo actual já não se compadece com excessivos aparatos de segurança, falta de diálogo, imposição de cima para baixo. Podem fazê-lo, mas por cada vez que o fazem perdem apoio, criam descontentamento, aprofundam o divórcio.

Veja-se o papel de integração popular que a vice -presidente do MPLA está a fazer e a sua juventude igualmente. O futuro está no povo e não contra o povo.