Nem tudo são ‘rosas’ no Corredor do Lobito. Uma das empresas que faz parte do consórcio responsável pela operação, gestão e manutenção do Corredor, a Trafigura, está atualmente a enfrentar um julgamento na Suíça por acusações de corrupção e suborno, relacionados a supostos esquemas que envolvem a empresa petrolífera nacional de Angola, a Sonangol.
As acusações decorrem de atividades que ocorreram entre 2009 e 2011 em Angola. Uma das principais alegações é que o Diretor da Sonangol recebeu aproximadamente US$ 5 milhões como suborno para direcionar os negócios em favor da Trafigura. Este julgamento começou no início de dezembro e está programado para continuar até 20 de dezembro, com possibilidade de extensão até janeiro de 2025.
Um dos indivíduos implicados neste caso é Paulo Gouveia Júnior, ex-diretor executivo e membro do conselho executivo da Sonangol Distribuidora SA, que é acusado de aceitar subornos da Trafigura em conexão com atividades do sector petrolífero em Angola durante o período especificado. Além disso, o ex-diretor de operações da Trafigura, Mike Wainwright, e o ex-intermediário do Grupo em Angola, Thierry Guillaume Plojoux, também são nomeados como réus no julgamento. As acusações incluem alegações de pagamento de cerca de US$ 5 milhões em subornos como parte de práticas corruptas.
A Trafigura declarou que, desde 2019, não contrata mais intermediários nas suas transações comerciais, contudo, como se sabe, faz parte do consórcio explorador do Corredor do Lobito, de que também fazem parte a Mota-Engil e a Vecturis.
O Tribunal Penal Federal Suíço está a supervisionar os procedimentos do julgamento, e espera-se que o caso esclareça as supostas práticas corruptas entre a Trafigura e a Sonangol.