A UNITA tem razão quando diz que com a aprovação da nova Divisão Política e Administrativa e Política de Angola (DAPA) não há motivo para não se avançar com eleições nas autarquias.

Contudo, também se entende o receio do governo em avançar às cegas, numa altura em que a própria UNITA continua sem aceitar os resultados eleitorais de 2022. Nessa medida, uma posição moderada apontaria para a realização de experiências piloto que assentariam na escolha de 10 municípios-piloto em que se testaria um modelo eleitoral referente às autarquias.

Seria uma fase intermédia para ver se era efectivamente possível criar autarquias eleitas no presente ambiente crispado e se uma convivência democrática e respeitadora seria possível.

O governo deveria propôr algo neste sentido, e a UNITA com responsabilidade de Estado deveria aceitar. Seria um primeiro passo para sair do bloqueio actual, em que as posições se entrincheiram sem perspectivas de solução à vista.