A petrolífera estatal angolana Sonangol registou uma redução significativa nos seus lucros em 2024, com os resultados líquidos a caírem 21% face ao ano anterior, atingindo 846 milhões de dólares. Este declínio marca uma tendência preocupante, considerando que em 2021 os lucros ascendiam a 2,1 mil milhões de dólares.

A empresa atribui esta queda a vários fatores, incluindo a redução do preço médio do barril de petróleo, que passou de 82,04 dólares em 2023 para 80,09 dólares em 2024, e a uma diminuição de 2% no volume total de barris exportados. Além disso, os custos operacionais aumentaram 11,2% em 2024, atingindo 8,8 mil milhões de dólares, superando o crescimento das receitas operacionais, que subiram apenas 15% no mesmo período.

Paralelamente, a dívida da Sonangol aumentou 15,4%, situando-se em 4,5 mil milhões de dólares no final de 2024. Este aumento é atribuído, em parte, aos investimentos realizados pela empresa, que ascenderam a 2,4 mil milhões de dólares, destinados a projetos de exploração, produção, refinação e energia renovável. No entanto, há analistas que destacam que a dívida do Estado angolano à Sonangol, é superior a 7,5 mil milhões de dólares, e esse fator continua a ser um dos principais obstáculos financeiros da empresa.

Apesar de todos estes desafios, a Sonangol mantém planos para o início da sua privatização, prevendo a dispersão de até 30 % do capital social em Bolsa. Contudo, o excesso de pessoal e a necessidade de reestruturação interna são apontados como entraves a este processo.

A situação financeira da Sonangol reflete as dificuldades enfrentadas pela empresa num contexto de instabilidade geopolítica e volatilidade dos mercados.