José de Lima Massano, ministro de Estado para a Coordenação Económica de Angola, foi o mensageiro do Presidente João Lourenço, no seminário de apresentação das “Ações e Projetos de Responsabilidade Social no Sector dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás”.
O principal destaque da sua intervenção, foi quando o ministro se focou na economia angolana, afirmando que “no essencial pretendemos construir uma economia assente numa base produtiva dinâmica, diversificada e inclusiva”.
Massano salientou que o sector dos recursos minerais, gás e petróleo “vai bem e recomenda-se” e apelou também para que os outros sectores da economia sejam mais considerados pelas autoridades.
O ministro exaltou o comprometimento das empresas do sector dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás nas ações sociais. Pelas estatísticas, de 2017 a 2023 foram aprovados um total de 192 projetos sociais no valor de 152 milhões de dólares, e destes, 132 projetos já foram terminados. Nós também congratulamos todas as ações que promovam ações sociais que verdadeiramente melhorem a vida dos cidadãos.
Já percebemos igualmente, que o executivo angolano vai apostar com grande vigor na agricultura. Isso mesmo foi enfatizado pelo ministro, quando recordou que o Orçamento Geral do Estado (OGE) 2024, já em execução, contém um incremento de mais de 80% no sector agrícola. A transformação na vida do campo, com várias referências à potencialidade do território, é uma visão que partilhamos e consideramos que a agricultura pode ser um dos “motores” para a diversificação da economia.
Contudo, ficamos algo apreensivos com um aspeto que foi focado por José de Lima Massano. Na sua intervenção relembrou o papel fundamental que o sector dos recursos minerais tem desempenhado no crescimento da economia angolana durante várias décadas. Hoje em dia, ainda é o sector que tem o maior peso na estrutura do Produto Interno Bruto, com cerca de 30%, e é gerador de 95% das receitas de exportação.
Ouvimos falar já há muitos anos que o país precisa de uma economia diversificada e dinâmica, para entrar em definitivo na ‘carruagem’ do desenvolvimento. No entanto, e apesar de verificarmos alguns sinais, muito impulsionados por discursos como este do ministro, gostaríamos de verificar no futuro essa tal dinâmica e diversificação económica, e que isso naturalmente se traduza num desenvolvimento sólido para Angola.