O tribunal especial anticorrupção do Senegal indiciou Amadou Mansour Faye, ex-ministro do Desenvolvimento Comunitário e cunhado do ex-presidente Macky Sall, sob a acusação de desviar mais de US$ 4,6 milhões em fundos públicos.
Faye é agora o quinto funcionário da administração anterior a ser acusado pelo Tribunal Superior de Justiça, um órgão judicial especial encarregado de julgar ex-funcionários do governo por crimes cometidos no exercício do cargo. O tribunal negou-lhe fiança e ordenou a sua detenção, de acordo com o seu advogado, Amadou Sall.
Esta última acusação faz parte de uma repressão mais ampla à alegada corrupção sob a administração do recém-eleito presidente Bassirou Diomaye Faye, que fez campanha com promessas de transparência e responsabilidade.
Recentemente, o mesmo tribunal detinha dois outros ex-ministros: Moustapha Diop, que ocupou o cargo de ministro do Desenvolvimento Industrial, é acusado de desviar cerca de 4 milhões de dólares do fundo de ajuda à Covid-19 do Senegal, enquanto a ex-ministra das Minas, Aissatou Sophie Gladima, enfrenta acusações de apropriação indevida de 330.000 dólares de um fundo destinado aos mineiros afetados pela pandemia.
As acusações decorrem de uma investigação parlamentar que revelou um uso indevido generalizado de fundos públicos pelo governo anterior. As detenções reforçam o compromisso do novo governo em erradicar a corrupção nos mais altos níveis, mesmo com críticas que levantam preocupações sobre motivações políticas.
Até agora, o governo do presidente Faye manteve-se firme na sua posição, afirmando que ninguém está acima da lei e que os recursos públicos devem ser protegidos no interesse do desenvolvimento nacional.