As forças paramilitares de apoio rápido do Sudão (RSF) declararam a formação de um governo rival, numa altura em que o país entra no terceiro ano de uma guerra civil que já fez dezenas de milhares de mortos.
Segundo o jornal The Guardian, a cimeira britânica sobre a crise não conseguiu sequer criar um grupo de contacto para as negociações de cessar-fogo, depois de os Estados árabes se terem recusado a assinar um comunicado conjunto, apontando para disputas entre o Egipto, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos. Os Emirados Árabes Unidos são acusados por Cartum de ajudar as RSF. Numa declaração conjunta, os co-presidentes da conferência sublinharam “a necessidade de impedir qualquer divisão do Sudão”.
A declaração das RSF dá aos seus líderes “a oportunidade de cimentar a autoridade [do grupo] em áreas sob o seu controlo e ajuda-os a criar a alusão de paridade” com as Forças Armadas Sudanesas, para quem estão a perder terreno, disse Cameron Hudson, do Centro de Estudos Estratégicos e Internacionais, com sede em Washington.
Esta situação acaba por promover o risco de formalizar a divisão de facto do país.