Três presidentes, dois antigos presidentes e altos funcionários de toda a região da África Oriental reuniram-se no Quénia para assistir ao lançamento oficial da candidatura de Raila Odinga à presidência da Comissão da União Africana.

A presença dos presidentes Samia Suluhu Hassan, da Tanzânia, Yoweri Museveni, do Uganda, e Salva Kiir, do Sudão do Sul, na cerimónia de apresentação de Raila Odinga, em Nairobi, no Quénia, aumentou sem dúvida as suas hipóteses de se candidatar à presidência da união continental. O primeiro-ministro do Burundi, Gervais Ndirakobuca, o antigo presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, e o ex-presidente da Nigéria, Olusegun Obasanjo, também estiveram presentes e apoiam a candidatura de Raila. Paul Kagame, do Ruanda, foi representado pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Olivier Nduhungirehe.

Raila, um veterano líder da oposição e antigo primeiro-ministro, está a tentar substituir Moussa Faki, do Chade, como presidente da Comissão da União Africana (CUA), uma vez que o seu mandato termina no início do próximo ano.

No seu discurso, Raila afirmou que pretende fazer da UA uma organização centrada nas pessoas e que trabalhará com todos os chefes de Estado para o conseguir. Comprometeu-se também a presidir a uma África unida e não dividida por regiões. No entanto, reconheceu os desafios que terá de enfrentar se for eleito.

O Presidente do Quénia, William Ruto, exortou os outros países africanos a apoiarem Raila, enquanto lançava o secretariado que irá supervisionar a campanha do seu antigo rival. O secretariado será dirigido pelo Secretário Principal dos Negócios Estrangeiros, Korir Singóei, e pelo antigo Embaixador do Quénia nos EUA, Elkanah Odembo.  Ruto afirmou também que o apoio dos líderes da África Oriental e de outros países evidencia um reconhecimento unificado das qualidades de liderança de Raila.

Após o lançamento, Raila dará início à parte mais crítica do processo, que consistirá em contactar outros países africanos para que apoiem a sua candidatura.

Recordamos que Raila tinha já anunciado que estava a afastar-se da política local para se concentrar na sua candidatura à UA. As eleições para a Comissão da UA realizar-se-ão em fevereiro de 2025.