O Governo e o Presidente da República, assiduamente vão comentando que Angola está a caminhar para o desenvolvimento. Infelizmente, isso não se está a refletir na melhoria das vidas de uma larga maioria dos cidadãos. Desgraçadamente para o Governo, somos confrontados regularmente com notícias que contradizem a ladainha proferida pelo executivo.

Desta feita, verificamos que a produção industrial em Angola sofreu uma queda durante o ano de 2023, interrompendo a trajetória positiva registada entre 2021 e 2022. A principal razão apontada para essa queda foi a redução na produção de petróleo e diamantes, que compõem 87,2% do Índice de Produção Industrial (IPI) medido pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Segundo o relatório, o IPI caiu 2,5% em 2023, sendo a pior queda nos últimos cinco anos. A indústria extrativa, que inclui petróleo e diamantes, recuou 4,5%, com uma queda de 4,3% na extração de petróleo e 7,4% na extração de diamantes.

Apesar disso, os outros sectores que compõem o IPI tiveram desempenhos diferentes. As indústrias transformadoras tiveram um leve crescimento de 0,02%, em comparação com 5,1% em 2022. Dentro desse setor, houve quedas na produção de bebidas e tabaco, produtos petrolíferos e químicos, enquanto a indústria alimentar e de bebidas também apresentaram desaceleração.

Por outro lado, a produção e distribuição de eletricidade, gás e vapor cresceu 7,2%, impulsionada pelos investimentos do governo nesse sector estratégico. Já a captação e distribuição de água cresceu apenas 0,3%.

Economistas e gestores empresariais atribuem este cenário à crise cambial, limitações nas importações de matérias-primas e instabilidade no mercado de consumo. Para reverter esta queda da produção industrial, muitos sugerem a captação de investimentos privados, nacionais e estrangeiros, especialmente para a indústria transformadora, além da criação de incentivos para micro e pequenas empresas.