Sete anos após o seu lançamento, o Programa de Apoio à Produção, Diversificação das Exportações e Substituição das Importações (PRODESI) revela-se, cada vez mais, um fracasso evidente da política económica angolana. No primeiro trimestre de 2025, as exportações enquadradas no âmbito do programa afundaram 53%, totalizando apenas 15,3 milhões de dólares, enquanto as importações associadas ao PRODESI cresceram 18%, ascendendo a 631,1 milhões. Ou seja, as importações são 41 vezes superiores às exportações, um sinal claro do desequilíbrio estrutural do setor produtivo nacional.

Criado em 2018 com o objectivo de reduzir a dependência externa e promover a produção interna, o PRODESI continua a mostrar resultados anémicos. Angola ainda importa milho em grandes quantidades — 127 mil toneladas apenas nos primeiros três meses do ano — mesmo após forte financiamento ao sector agrícola por imposição do Executivo aos bancos comerciais.

Além do milho, as importações de trigo, arroz, carne de frango e medicamentos também dispararam, num contexto em que o Governo procura proibir importações com o argumento de proteger a produção nacional. No entanto, os níveis produtivos internos permanecem insuficientes para responder à procura, gerando críticas por parte dos empresários e distribuidores, que consideram tais medidas um protecionismo disfarçado em benefício de uma minoria.

As exportações resumem-se essencialmente ao varão de aço, leite, massas alimentícias e, no sector agrícola, à banana, cujas vendas foram irrisórias face às necessidades cambiais do país. A burocracia excessiva, sobretudo no processo de exportação, continua a ser um entrave fundamental.

O PRODESI, longe de cumprir os seus objetivos, tornou-se num espelho das fragilidades da economia nacional e da ineficácia das políticas públicas de estímulo à produção e diversificação económica.