Quando vejo as visitas de campo do Presidente da República a obras em construção, geralmente, hospitais e unidades de saúde, e verifico o empenho e acção dele, dois sentimentos conflituantes me assolam.
Por um lado, gosto de ver um Presidente preocupado, atento, que trabalha para ter as coisas prontas. O Presidente que quer fazer obra e o demonstra.
Por outro lado, fico estupefacto com o detalhe a que o Presidente chega, o “puxar de orelhas” por a obra estar atrasada, o perceber que o Estado, que ele chefia, está atrasado nos pagamentos.
Tem de ficar uma pergunta: os auxiliares do Presidente não o auxiliam? Não lhe dão informação correcta? A máquina do Estado não funciona, não permitindo que o Presidente tenha informação fidedigna em tempo útil sobre o que se passa?
Parece que não. Tudo indica que em Angola, os ministros e os dirigentes mentem, ou não trabalham, as informações que dão são erradas, a atenção aos assuntos aparenta ser preguiçosa.
Sendo assim torna-se fundamental uma verdadeira reforma do Estado e da Administração Pública, para não termos um Presidente fiscal de obras.