O Presidente de Angola, já nos vem habituando a este estilo de governação, mas não nos cansamos de salientar que, estar constantemente com esta troca de cadeiras, seja no executivo do seu governo, seja noutras áreas, como acontece agora nos governos provinciais, não vai render ao país uma melhor gestão dos recursos. Pelo contrário, só cria instabilidade e descrença na direção das várias instituições.

E quais foram as recentes mudanças anunciadas, tanto nas pastas ministeriais como na substituição de alguns governadores provinciais? Maria do Rosário Bragança foi exonerada do cargo de ministra do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação e nomeada ministra de Estado para a Área Social, substituindo Dalva Maurícia Calombo Ringote Allen. Para o Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, já temos também a nomeação de Paula Regina Simões de Oliveira.

Referência também para as exonerações efetuadas com respetivas substituições no sector Político, Social e Económico e no cargo de Secretaria de Estado para as Pescas e Recursos Marinhos.

Além disso, houve mudanças de governadores provinciais, com Mara Quiosa a deixar Cabinda e indo substituir Job Capapinha no Cuanza Sul. Já Pereira Alfredo deixa o Bié para ser governador no Huambo, de onde sai Lotti Nolika. Para a província de Cabinda foi nomeada Susana Massiala de Abreu e para o Bié vai entrar Celeste Adolfo. Filomena Miza Aires vai ser a nova governadora da província da Lunda Norte, no lugar de Deolinda Vilarinho.

Porém, o Ministério da Educação não sofreu mudanças, o que preocupa o Sindicato Nacional dos Professores (SINPROF). O sindicato alertou que o próximo ano letivo poderá enfrentar paralisações se o governo não atender às reivindicações apresentadas. As preocupações do SINPROF incluem a falta de atualização das categorias, o perfil académico e a promoção de docentes do grau de bacharel para o grau de licenciado.

Ademar Jinguma, secretário-geral do SINPROF, afirmou que não é a intenção do sindicato interromper as aulas no próximo ano, mas os professores não terão outra alternativa se o governo não cumprir suas obrigações. O sindicato destaca a importância de o governo atender ao caderno reivindicativo entregue há muito tempo, expressando preocupação com a falta de resposta do governo sobre vários aspectos.

Para quando alguma estabilidade no dirigismo do país, para não andarmos constantemente nesta dança de cadeiras?