Entre os dias 19 e 22 de Maio, o recém-legalizado Partido PRA-JA Servir Angola realiza o seu congresso constitutivo, com a presença de 757 delegados que elegerão o presidente e os órgãos colegiais da formação. O evento marca um momento determinante para a afirmação desta força política que, nas palavras dos seus dirigentes, aspira a governar Angola ou fazer parte do executivo já em 2027.

Fundado e liderado por Abel Chivukuvuku, o partido nasceu de um processo moroso e juridicamente conturbado, com sucessivos entraves impostos pelo Tribunal Constitucional desde 2019. Persistente, Chivukuvuku não desistiu do projecto, mantendo sempre um discurso conciliador e reformista. A sua postura firme e serena tem-lhe granjeado respeito no espectro político nacional, sendo visto por muitos como a figura capaz de reconfigurar a oposição angolana e devolver esperança ao eleitorado desiludido.

A realização deste congresso, com delegações provenientes de vários círculos eleitorais e convidados internacionais, marca a transição do partido de uma estrutura provisória para uma organização política plenamente funcional. Com uma estratégia voltada para as eleições de 2027, o PRA-JA apresenta-se como uma alternativa credível num momento em que o regime do MPLA revela claros sinais de desgaste. A governação actual parece paralisada, sem soluções inovadoras para os desafios económicos e sociais que afligem o país.

O congresso não servirá apenas para eleger lideranças, mas também para definir a “ossatura” do partido, delineando o seu caminho no futuro. Com Chivukuvuku ou Francisco Canga na liderança, o PRA-JA prepara-se para disputar o futuro de Angola com uma proposta política renovada, assente na legitimidade democrática dos seus militantes e na exigência de mudança que se faz ouvir cada vez com mais força no seio da sociedade angolana.