Estranhamente, Portugal tornou-se o saco de boxe de algumas lideranças do MPLA.

Mário Pinto de Andrade, numa intervenção desastrada, falou em “retrocesso democrático” em Lisboa.

A RTP, televisão pública portuguesa foi expulsa do Palácio Presidencial (agora dizem que a culpa foi do português Cunha Vaz).

Carlos Feijó, eterno candidato presidencial que obteve o seu reconhecimento académico em Lisboa, vem agora dizer que “que Angola foi “ingratamente maltratada” por Portugal depois de ter dado a “mão” ao país europeu que enfrentava uma recessão económica que foi desencadeada pela crise financeira global de 2008. (…)num período em que Portugal enfrentava uma crise económica, Angola estava numa “posição muito privilegiada”, com a produção de petróleo a aproximar-se dos quase 2 milhões de barris por dia e o preço acima dos 100 dólares. Por sugestão de José Eduardo dos Santos, Carlos Feijo reuniu-se com várias figuras do governo português e Angola “decidiu dar a mão a Portugal”. “Depois de algum tempo, fomos ingratamente maltratados. Mas isso é outro tema. Houve aqui uma certa ingratidão que até hoje vimos a sofrer”.

Em todos os casos, há alguma razão angolana. Efectivamente, a subida do Chega pode ser uma ameaça à democracia em Portugal. Realmente, a RTP assume-se como uma das plataformas da oposição e a atitude portuguesa após 2017 tem sido muito duvidosa face a Angola. Dito isto, não justifica eleger Portugal como o “mauzão da fita”, sobretudo, nas vésperas duma visita importante de João Lourenço a Lisboa.

Há algo mais neste desconforto que não entendemos, mas como em muita coisa na vida, há que esperar para ver…