Ocorrem pequenas coisas na vida angolana que são sinais preocupantes. Vamos dar alguns exemplos:

O Novo Jornal. Parece que Álvaro Sobrinho ganhou uma providência cautelar sobre a administração da sociedade desse jornal. Até aí, tudo bem. O que não está bem é usar um grupo de jagunços para invadir as instalações e arranjar uma rebaldaria. Rebaldaria no Novo Jornal não é uma decisão judicial, é já justiça privada selvagem. Alguém devia travar Álvaro Sobrinho e os seus métodos pouco ortodoxos. O Novo Jornal é da oposição moderada e é bom que assim continue. Faz o contrapeso ao Jornal de Angola, é um contributo para uma imprensa plural. Que Sobrinho receba os lucros do jornal, mas não perturbe o seu funcionamento livre. Era isso que se exigia da ERCA, não uma “lavagem de mãos” que mais pareceu uma “mão estendida”.

Carlos Alberto é outro caso. Até hoje não se percebeu como a juíza chegou à decisão de o prender sem sequer o ouvir. Houve uma clara precipitação da juíza. Mas também não se percebe a razão pela qual os advogados não recorreram dum mandado de prisão francamente absurdo. É evidente que o crime de difamação deve ser punido. Contudo três anos de prisão efectiva é um exagero. Haja bom senso.

O novo bastonário da Ordem dos Advogados vai em breve tomar posse. Criou-se uma histeria à volta dele, julgando que vai resolver todos os problemas do país. Não vai, não há Messias. Quem tem de resolver os problemas é cada um dos angolanos. É evidente que os Messias só desiludem.

Em Janeiro de 2024, o Procurador-Geral da República anunciou que Manuel Vicente já não tem imunidade e o processo contra ele vai correr. A verdade é que Vicente já perdeu a imunidade há um ano e meio. Também insinuou que vai surgir a acusação contra Isabel dos Santos. Daqui a um ano, veremos se o PGR falou a sério ou foi mais uma brincadeira…