Autor: Públio Cornélio
Todos os dias há anúncios da contracção de novos empréstimos pelo Estado angolano. Muitos criticam o endividamento, assustando-se com os efeitos que tal tem nos rácios macroeconómicos de Angola. Outros dizem que os empréstimos apenas são feitos para beneficiar os negócios dos amigos do governo.
Do ponto de vista macroeconómico, não tememos o endividamento. Faz parte da vida normal de um país e é salutar desde que seja para desenvolver a nação e possa ser pago. O problema do endividamento nunca é o seu montante, mas a capacidade de o pagar.
Quanto a ir para negócios de amigos do governo, aguardamos as provas concretas de tais afirmações. Até ao momento vivemos muitos rumores, mas faltam-nos provas ou indícios de prova.
A nossa crítica ao endividamento é de outro nível. Uma boa parte do endividamento deveria ir para a criação de emprego. É impossível ter tantos recursos humanos desocupados. Tem de se colocar essa imensidão de gente a trabalhar, a produzir. É aqui que está a falha. Temos de canalizar dívida para criar emprego. Essa sim, é uma necessidade premente.