O Presidente da República é um homem trabalhador. Corre o país e o estrangeiro a promover a sua política e a inaugurar obras em que se empenhou. Recentemente, foi o Soyo e a base naval, antes Benguela e o Corredor do Lobito. Vê-se que se preocupa em fazer avançar o país.

No entanto, há um mal-estar que teima em não se dissipar. Haverá razões políticas e económicas para isso. Contudo, acreditamos que falta mais qualquer coisa: a mística.

A política não se move no reino do racional, muitas vezes é uma questão de fé ou de mística, que mexe com as multidões. É essa mística que está a faltar. Não basta fazer, é preciso espalhar a mensagem com convicção.

A mística é a capacidade de despertar nos outros um sentimento de admiração, de encantamento, de fascínio. É uma forma de comunicação que transcende as palavras e atinge as emoções, os valores, as crenças. A mística é uma arte que envolve a criação de símbolos, de rituais, de narrativas, de gestos, de imagens, que expressam uma visão de mundo, uma identidade, uma missão.

Um político que possui a mística consegue mobilizar as massas, inspirar confiança, gerar esperança, provocar mudanças. Ele não se limita a apresentar propostas racionais, mas apela para o imaginário coletivo, para os sonhos, para os ideais. Ele não se contenta em ser um líder, mas se torna um mito, um herói, um profeta.

Um político que sabe usar a mística com sabedoria e ética pode fazer a diferença na história de um povo.

É isto que se pede a João Lourenço, o uso da mística para mobilizar os angolanos.