O Zimbabué vai realizar eleições a 23 de agosto para eleger um presidente, deputados e conselheiros. Um candidato deve obter mais de 50% dos votos para ganhar. Se não houver um vencedor absoluto na primeira volta, haverá uma segunda volta entre os dois primeiros candidatos, a 2 de outubro.

As eleições são as segundas após a destituição de Robert Mugabe pelos militares em 2017.

 Um total de 11 candidatos estão a disputar a presidência. Os dois principais candidatos são o presidente Emerson Mnangagwa, do partido no poder Zanu-PF, que comanda o país depois de Mugabe, e Nelson Chamisa, da Coligação de Cidadãos para a Mudança, ter perdido por pouco para Mnangagwa nas eleições de 2018. Estas à época, foram marcadas pela violência e alegações de irregularidades na votação.

Quais são os principais problemas? A corrupção, o contrabando de minerais do Zimbabué, os abusos dos direitos humanos e a crise económica do país – caracterizada pela hiperinflação e por um dólar zimbabwiano cada vez mais fraco e preterido em favor do dólar americano – estão entre os maiores problemas eleitorais.

Mnangagwa, 80 anos, está a tentar um segundo mandato. Está a apostar no desenvolvimento de infra-estruturas e no reencontro internacional para atrair os eleitores. Já Chamisa, 45 anos, prometeu reanimar a economia do Zimbabué através da dívida externa, renovar o sector mineiro e acabar com a corrupção. Disse também que iria melhorar os cuidados de saúde e o ensino básico.

O Zimbabué tem sido marginalizado na cena mundial há vários anos. A realização de eleições pacíficas e credíveis ajudaria a desbloquear as principais linhas de crédito internacionais e a atrair os investidores mundiais.

Mas, em que é que estas eleições podem ser diferentes das outras? Os incidentes violentos que antecederam este escrutínio foram em menor número do que os registados em eleições anteriores. O ato eleitoral será também diferente na medida em que a euforia, a excitação e os receios que se seguiram à destituição de Mugabe através de um golpe de Estado já se dissiparam.