João Lourenço foi ao Cunene. As viagens do PR são positivas. Demonstram um Presidente trabalhador que corre o país lés a lés.

No final, o Presidente faz sempre uma conferência de imprensa. Até aí tudo bem.

O problema começa nos órgãos presentes. Apenas está o jornal País, a ANGOP, a rede Girassol, a TPA e a RNA. Tudo órgãos directa ou indirectamente dependentes do governo e/ou do MPLA.

Assim sendo, o exercício acaba por ser oco, uma espécie de afago presidencial, em vez de se transformar numa análise construtiva para melhorar a informação pública e a percepção da população. No final, estas conferências acabam por não ter impacto, são vistas como mera propaganda.

Na verdade, não o são. O PR esforça-se por transmitir a sua mensagem, o problema é que a mensagem não passa porque os mensageiros não têm credibilidade.

Valia a pena algum risco e passar a convidar alguns membros de órgãos independentes ou críticos para fazerem parte destas conferências de imprensa.

Há órgãos que mesmo tendo uma postura crítica, têm contribuído para um discurso construtivo em Angola, o Novo Jornal, o Valor Económico, a Expansão, o MakaAngola, entre outros poderiam estar presentes nas viagens presidenciais e contribuir para que a mensagem do PR passasse e fosse vista por todo o espectro populacional. Seria um risco, mas um risco meritório.