Nos primeiros três anos da governação de João Lourenço, Angola registou a saída de mais de 4,4 milhões de pessoas, entre cidadãos nacionais e estrangeiros. Este fenómeno migratório, que atingiu o seu pico em 2019 com 1,6 milhões de saídas, reflete uma tendência preocupante: o país está a perder os seus cidadãos para o estrangeiro. E é inegável que o agravamento das condições socioeconómicas e a credibilidade política tenham contribuído para este cenário.

Entre 2017 e 2020, mais de 2,1 milhões de angolanos deixaram o país, com 2019 a marcar um aumento de 30,5% face ao ano anterior. Apesar de uma redução drástica em 2020, devido às restrições impostas pela pandemia de COVID-19, o saldo migratório continua negativo: saíram mais pessoas do que as que entraram. Este êxodo não só representa uma perda de capital humano, mas também um desafio para o desenvolvimento económico do país.

O governo angolano tem uma responsabilidade direta nesta matéria. A falta de oportunidades de emprego, a corrupção a e má gestão dos recursos públicos, são fatores que contribuem para a decisão de muitos angolanos de procurar melhores condições de vida no estrangeiro. Além disso, a ausência de políticas eficazes para atrair e reter talentos agrava o problema.

É urgente que o governo tome medidas concretas para inverter esta tendência. Investir na criação de empregos, melhorar as condições de vida, combater a corrupção e promover a estabilidade política são passos essenciais. Angola não pode continuar a perder os seus cidadãos. O futuro do país depende da capacidade de reter e valorizar o seu capital humano.