O Governo angolano aprovou a programação macroeconómica executiva (PME) para o ano de 2024. Geralmente as previsões do executivo não correspondem com o que depois acontece na realidade, mas vamos aos números.
A PME prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 3%, superando a previsão inicial de 2,47%, apesar da queda de 3,22% no setor petrolífero. O crescimento do setor não petrolífero é estimado em 5,31%, em comparação com os 4,62% previstos no Orçamento Geral do Estado (OGE) 2023.
O foco deste documento é avaliar o desempenho das variáveis macroeconómicas em 2023 e antecipar o desempenho para 2024. Para o exercício económico atual, é previsto um saldo fiscal superavitário de 1,82% do PIB, um aumento significativo em relação ao saldo fiscal de 0,02% do PIB previsto no OGE 2024. Além disso, o documento prevê o aumento das reservas internacionais, com um “stock final estimado em 14,93 milhões de dólares, resultado do crescimento da base monetária. O saldo superavitário da balança de pagamentos é previsto em cerca de 198,50 milhões de dólares.
Em resumo, esta PME 2024 reflete um otimismo quanto ao crescimento económico de Angola, destacando o desempenho superior ao esperado do setor não petrolífero, o aumento do saldo fiscal superavitário, o crescimento das reservas internacionais e o saldo superavitário da balança de pagamentos. Essas previsões positivas delineiam um panorama favorável para a economia angolana no próximo ano, apesar da queda no setor petrolífero.
Já sabemos que todos os Governos, sem exceção, lançam habitualmente previsões demasiado otimistas, que depois acabam por não se concretizar; contudo o executivo angolano tem sido pródigo em seguir este ‘guião’ demasiados anos seguidos. Cá estaremos para apurar no final, se este otimismo se justificava, ou não.