A mineração ilegal de criptomoedas tem registado um crescimento alarmante em Angola, mobilizando as autoridades para um combate mais rigoroso a esta prática criminosa. Recentemente, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) desmantelou um estaleiro clandestino de grandes dimensões no bairro Tanque Serra.

O chefe de Estado, João Lourenço, enfatizou que esta nova modalidade de crime tem causado prejuízos significativos ao país, sobretudo pelo consumo abusivo de energia elétrica, muitas vezes desviada ilegalmente da rede pública. A mineração de criptomoedas requer sistemas informáticos de elevada capacidade de processamento, que competem globalmente para validar códigos criptográficos em troca de moedas digitais. No entanto, esta atividade tem um custo energético colossal, podendo equivaler ao consumo de uma pequena cidade.

O impacto económico e ambiental desta prática é severo. O desvio de eletricidade sobrecarrega a infraestrutura elétrica nacional, afetando a distribuição para consumidores regulares e contribuindo para o aumento dos apagões. Além disso, a exploração descontrolada da energia elétrica convencional agrava a pegada carbónica, caso não seja utilizada energia proveniente de fontes renováveis.

Face a esta realidade, o Governo angolano reforçou as medidas de repressão a estas redes organizadas, que frequentemente incluem operações clandestinas geridas por estrangeiros e nacionais. O combate firme à mineração ilegal de criptomoedas torna-se um imperativo para a proteção dos recursos nacionais e do bem-estar da população.