Este fim de semana, violentos confrontos no leste da República Democrática do Congo, opuseram os rebeldes do M23 a soldados e grupos armados pró-governamentais, aumentando a tensão na região estratégica de Masisi, disseram no domingo fontes da zona.

Os rebeldes do M23 e as milícias leais ao governo têm-se confrontado recentemente em toda a região, quebrando uma trégua precária que dura há meses.

“Refugiámo-nos na paróquia, os rebeldes do M23 estão em Kitshanga desde ontem”, disse um residente no domingo.

Vários feridos foram levados para o hospital, de acordo com um funcionário da saúde. “Esta manhã, não havia mais combatentes, mas ainda temos medo de sair”, acrescentou a fonte sob condição de anonimato.

“Os rebeldes estão em Kitshanga e estamos a tentar encontrar uma forma de retomar a cidade”, disse à AFP uma fonte de segurança, também sob condição de anonimato.

“A guerra não vai acabar, vai continuar”, disse o porta-voz de um grupo armado que se descreve como “patriotas” e que combatem os rebeldes.

De acordo com a fonte de segurança, os combates estavam a decorrer no domingo no território vizinho de Rutshuru.

Kitshanga, situada numa encruzilhada na região de Masisi, a cerca de 80 quilómetros a noroeste da capital provincial de Goma, mudou várias vezes de mãos desde o início do ano, tendo os combates recomeçado há três semanas, após uma trégua precária de seis meses.

O M23, apoiado pelo Ruanda e liderado pelos tutsis, tomou a cidade em janeiro, continuando a sua conquista de vastas áreas do território.

No início de outubro, Kitshanga passou das mãos de uma força internacional destacada pela Comunidade da África Oriental, que patrulhava uma zona tampão entre os grupos armados, para as milícias locais e, durante 24 horas, para o M23, antes de se retirar.

A 14 de outubro, o exército, que afirma respeitar um cessar-fogo ordenado por um mediador regional, tinha organizado uma visita de imprensa à cidade, uma semana antes de esta voltar a ser controlada pelos rebeldes.