Xi Jinping não brinca. Ao contrário de Angola, na China o combate à corrupção é levado às últimas consequências.

O combate à corrupção tem um padrão que funciona da seguinte forma:

O primeiro passo é geralmente a detenção, o interrogatório e uma investigação interna conduzida discretamente pelo braço disciplinar do Partido Comunista. O corrupto desaparece da vista pública. Semanas ou meses depois, a comunicação social controlada pelo Estado confirma que ele ou ela foi destituído do cargo e está sob investigação. Algum tempo depois, é anunciado que o dirigente foi destituído de filiação partidária. O assunto então é entregue ao sistema de justiça onde enfrentará duras penas de prisão, nunca sendo libertado enquanto dura o processo.

Duas figuras notáveis ​​chegaram agora ao fim desse processo. Li Shangfu e Wei Fenghe são ex-generais do Exército de Libertação Popular. Ambos serviram como ministros da defesa. No Verão passado, desapareceram da vista do público. Em 27 de Junho, a agência oficial de notícias Xinhua informou que eles estavam a ser investigados por crimes “graves”. Cada general aceitou “uma enorme quantidade de dinheiro e objectos de valor” em subornos, alegaram os investigadores. O Politburo os expulsou-os do partido. Agora enfrentarão acusações criminais dos procuradores militares.

Isto quer dizer que não se pode brincar quando se trata do combate à corrupção. A corrupção não é um mero crime, é um atentado ao Estado que provoca o seu desmoronamento. Não pode ser combatido por meios ordinários, eles também corruptos. Essa é a lição da China que devia servir para Angola.