A situação política e social em Moçambique após as eleições de 9 de outubro está um caos.  Os protestos contra os resultados eleitorais são generalizados devido à deteção de irregularidades graves. O partido no poder, a FRELIMO, foi declarado vencedor, mas o candidato da oposição, Venâncio Mondlane, declara com bastante relevo que a vitória foi sua.

Os protestos têm sido violentamente reprimidos pelas forças de segurança, com dezenas de manifestantes mortos e centenas de feridos e presos. Apesar disso, os protestos continuam e espalham-se por várias províncias do país, com a população a exigir justiça eleitoral e responsabilização do governo.

A FRELIMO, assim como outros movimentos de libertação que se tornaram partidos autoritários no poder, tem cometido diversos erros e falcatruas que faz com que se perpetue na liderança do destino de Moçambique. Isso inclui supostas fraudes eleitorais, marginalização de algumas regiões, corrupção e desvio de recursos, especialmente em torno da exploração de gás natural.

A situação agravou-se com a insurgência islâmica em Cabo Delgado, que o governo combateu com o apoio de mercenários e forças estrangeiras, enquanto a população enfrenta pobreza e privação de direitos. Agora, a população está a exigir “um acerto de contas” com a FRELIMO, que parece estar a perder o controlo da situação diante da radicalização dos protestos.

Seria sensato que a FRELIMO ouvisse os seus cidadãos, e ‘quiça’ renunciar sem mais derramamento de sangue e permitir uma transição política que permita ao país autocorrigir-se.