As mudanças recentes efetuadas no executivo angolano não são novidade, mas o que vai ressaltando nas observações dos analistas do país, é que o Presidente da República, João Lourenço, mexe muito, mas as reformas ou os resultados da sua governação, ao fim destes anos, é só para ‘inglês ver’.

Por exemplo, para o jornalista e investigador Rafael Marques, estas exonerações e nomeações não revelam um plano claro para melhorar a vida dos cidadãos angolanos. Marques questiona qual é o objetivo real dessas mudanças, argumentando que continuam a ocorrer exonerações, nomeações e remodelações, mas não é evidente qual é o plano do presidente.

Outro pesquisador, Aleixo Sobrinho, do Instituto para Democracia e Desenvolvimento, concorda que desde que João Lourenço ascendeu ao poder, não há clareza sobre quantas exonerações e nomeações já foram feitas, e que o povo angolano está mais interessado em resultados concretos do que nessas constantes mudanças. Sobrinho afirma que parece faltar um plano estratégico voltado para o bem comum, que nunca existiu.

Já o advogado e antigo militar das FAPLAS, Sérgio Raimundo, argumenta que devido ao histórico de guerra em Angola, um ministro não militar não teria capacidade de comandar as forças do Ministério do Interior em um eventual levantamento popular. Raimundo acredita que o presidente Lourenço está numa “situação de desespero de causa”, desconfiando de todos, principalmente daqueles com algum capital político e militar, com medo de que eles possam se juntar ao povo em vez de ficar ao lado dele num eventual levantamento.

Em abono da verdade, estas exonerações e mudanças, não revelam da parte de Lourenço um plano claro e estratégico para melhorar a vida dos cidadãos angolanos, isso sim, é fundamental.