O Presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva visitará a República Democrática do Congo (RDC) no dia 25 de agosto para uma cimeira trilateral sobre a proteção das principais florestas tropicais do mundo.
Lula juntar-se-á ao Presidente da RDC Felix Tshisekedi e ao Presidente Joko Widodo da Indonésia para a “Cimeira do Clima do G3” em Kinshasa.
Os líderes representarão, respetivamente, a floresta amazónica, a bacia do Congo e a bacia do Bornéu-Mekong, as florestas tropicais de importância mundial que se encontram nos seus territórios.
A bacia do Congo, cerca de 60% da qual se situa na RDC, é o maior sumidouro de carbono do mundo, absorvendo 1,5 mil milhões de toneladas de dióxido de carbono todos os anos.
De acordo com uma declaração do governo da RDC, “a cimeira RDC-Brasil-Indonésia visa criar uma dinâmica unificada para defender os interesses da humanidade e dos seus respectivos povos, para que deixem de agir de forma dispersa”.
Os três países anunciaram formalmente a criação de uma parceria trilateral para proteger as suas florestas tropicais numa reunião antes da cimeira do G20 em Bali, em novembro passado.
Esta semana, na cimeira sobre a floresta tropical amazónica em Belém, no Brasil, o ministro indonésio dos Assuntos Marítimos, Luhat Pandjaitan, reafirmou a determinação dos três países em formar uma frente comum para partilhar as suas experiências, trabalhar em conjunto para salvaguardar as suas florestas tropicais e promover uma compensação justa para as suas populações.
A cimeira de Kinshasa centrar-se-á na criação de uma dinâmica unificada para proteger não só o futuro das suas próprias populações, mas também o da humanidade no seu conjunto. A redução da pobreza e o crescimento socioeconómico estarão igualmente na ordem do dia.
A cimeira de Kinshasa marca também o reinício da enérgica diplomacia africana de Lula. Durante os seus dois primeiros mandatos, de 2003 a 2010, Lula visitou dezenas de países africanos para encontros bilaterais. Durante uma viagem a Cabo Verde em julho, Lula disse que esperava visitar “vários” países africanos em 2023-24. Aliás, está previsto Lula visitar Angola dia 25 e 26 de agosto. Jair Bolsonaro não chegou a visitar África durante o seu mandato.
Dirigindo-se à diáspora congolesa no Brasil, o Presidente Tshisekedi disse que a cimeira marcará também o relançamento das relações brasileiro-congolesas, que, segundo ele, estavam adormecidas desde 1987. Tshisekedi disse que as partes terão como objetivo uma cooperação renovada em matéria de infra-estruturas, transportes aéreos, eletricidade e agricultura.