Um alto funcionário do Movimento de Libertação do Povo do Sudão (SPLM-IO), principal partido da oposição armada, afirmou que o líder do grupo, Riek Machar Teny, chegou a um consenso com o Presidente Salva Kiir Mayardit para adiar as eleições de 2024.

O funcionário da oposição, que falou sob condição de anonimato, não indicou quando o acordo foi alcançado, mas disse que os dois rivais “concordaram em princípio” em adiar as eleições e estavam a adaptar os termos, incluindo o período de transição alargado.

“O presidente e comandante-em-chefe e primeiro vice-presidente, S.E. Dr. Riek Machar Teny Dhurgon, concordou com Salva Kiir em adiar as eleições”, disse.

“Ele propôs o adiamento e como toda a gente, incluindo os nossos parceiros internos, vê que não há possibilidade de eleições, Salva concordou em princípio com a ideia”, disse ao Sudans Post.

O alto funcionário disse que os dois homens vão formar uma equipa de peritos para trabalhar na definição dos termos do acordo, incluindo o prazo para as eleições e também em questões que nos preocupam, como as ações unilaterais que são normalmente tomadas pelo presidente.

“Os dois líderes formarão uma equipa de peritos dos dois principais partidos, incluindo organizações da sociedade civil, que trabalharão em conjunto para garantir que os termos da prorrogação sejam proporcionais às restantes tarefas previstas no acordo de paz revitalizado”, afirmou.

O Sudão do Sul tornou-se independente do Sudão em julho de 2011. A guerra civil eclodiu dois anos antes da realização das eleições planeadas para 2015.

As partes beligerantes, lideradas por Kiir e Machar, assinaram um acordo de paz em 2015, que se desmoronou um ano depois.

Em setembro de 2018, os dois homens assinaram uma versão revitalizada desse acordo, tendo as eleições sido adiadas várias vezes. A última prorrogação do período de transição foi em agosto de 2022, com eleições previstas para dezembro deste ano.

Mas as partes concordaram em implementar os principais parâmetros de referência para as eleições estabelecidos no acordo de paz revitalizado.

A comunidade internacional, bem como os partidos da oposição, como o SPLM-IO, já tinham avisado que a realização de eleições com tarefas de paz não implementadas faria o país regressar à guerra.