As perspectivas económicas da África do Sul melhoraram desde o ano passado, mas o panorama da inflação é mais confuso e os riscos abundam, afirmou o governador do Banco de Reserva da África do Sul, Lesetja Kganyago, em Davos.

O crescimento na África do Sul – a economia mais industrializada de África – poderá aproximar-se dos 2% em 2025, contra os 1,1% previstos para 2024, afirmou Kganyago numa entrevista na reunião anual do Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça.

Kganyago citou a formação do governo de unidade nacional, no ano passado, como um dos vários factores que favorecem um crescimento mais rápido.

“A agenda de reformas estruturais ganhou ímpeto e foi impulsionada por este governo de unidade nacional, com um foco muito claro em levar a trajetória económica da África do Sul para o próximo nível”, disse.

A coligação que surgiu depois de o ANC ter perdido a sua maioria parlamentar inclui a AD, favorável às empresas, e uma série de outros partidos mais pequenos de todo o espetro político.

Os investidores estão optimistas quanto ao facto de as reformas em sectores-chave como a eletricidade, o transporte ferroviário de mercadorias e o sistema de vistos poderem acelerar e elevar a taxa de crescimento anual para além dos escassos 1% que tem sido a média na última década.

Kganyago alertou para o facto de as perspectivas de inflação da África do Sul poderem ser perturbadas por factores que incluem políticas proteccionistas com o regresso do Presidente dos EUA, Donald Trump, à Casa Branca.

Os riscos, incluindo a taxa de câmbio do rand, o preço global do petróleo e os preços locais dos alimentos, significavam que havia “demasiadas partes móveis” para se ter uma visão clara das pressões sobre os preços, disse o governador.

A inflação anual no consumidor situou-se em 2,9% em novembro, abaixo do intervalo de 3%-6% fixado pelo banco central, embora se espere que aumente em dezembro e que atinja uma média de cerca de 4,5%, o ponto médio do intervalo, este ano.