O Presidente da República, João Lourenço, quer ‘sangue novo’. Isso é de salutar. Contudo, os desenvolvimentos recentes do partido MPLA, após a conclusão do seu oitavo congresso extraordinário na terça-feira, 17, deixou bastante a desejar, face à renovação prometida.
O principal destaque do congresso foi a nomeação de Mara Baptista Quiosa como a nova vice-presidente do partido, substituindo Luísa Damião, que foi eleita durante o 6º Congresso Extraordinário em 2018. Mara Baptista Quiosa, ex-governadora da província do Kwanza Sul, foi escolhida para o cargo de vice-presidente durante uma sessão extraordinária do Comité Central. O congresso também confirmou Paulo Pombolo como secretário-geral do partido e foram feitos apenas alguns ajustes na composição do Bureau Político do partido.
A nova vice-presidente é formada em Sociologia e mestre em Gestão e Administração Pública; serviu anteriormente como governadora da província do Bengo de 2017 a 2022 e mais tarde como governadora de Cabinda antes de ser nomeada governadora do Kuanza Sul.
Depois dos delegados do congresso terem destacado as conquistas do país sob a liderança do MPLA e do Presidente João Lourenço, aprovaram as mudanças no artigo 120 dos estatutos do partido. Este artigo revisto, estabelece que os candidatos a Presidente e Vice-Presidente da República serão selecionados pelo Comité Central mediante proposta do Bureau Político.
As modificações feitas visam aprimorar os processos internos e os mecanismos de tomada de decisão do partido. Uma coisa é certa, o regresso ao passado acabou por se concretizar. João Lourenço abriu as portas à bicefalia; está constitucionalmente impedido de se candidatar novamente em 2027, mas poderá continuar a ser presidente do MPLA, tal como aconteceu entre 2017 e 2018, em que José Eduardo dos Santos manteve a liderança do partido e Lourenço a Chefia do Estado.