O Presidente norte americano Joe Biden recebeu o Presidente da República, João Lourenço (JLo) na Sala Oval, numa iniciativa em que procura reafirmar o seu compromisso com África, mesmo quando duas guerras consomem grande parte da atenção da política externa da sua administração.
A reunião na Casa Branca surge na sequência da tentativa de Angola se posicionar como um parceiro estratégico dos Estados Unidos e de se afastar da influência russa e chinesa durante o mandato de JLo. “Conhecemos um momento histórico”, disse Biden. “A América está totalmente envolvida em África. Estamos todos convosco em Angola.”
Por seu lado, Lourenço elogiou a abordagem de Biden ao continente e disse que o seu país está a procurar desenvolver laços económicos e de segurança crescentes com os EUA. “Esta é uma nova página que foi virada nas relações EUA-África e isso é graças a si, Sr. Presidente”, disse JLo.
Os dois Presidentes comprometeram-se a reforçar a parceria em questões que definem o futuro comum, incluindo o reforço da democracia, a produção e exportação de energia e a cooperação espacial. Para esse fim, os líderes saudaram o lançamento de um Diálogo de Segurança Energética EUA-Angola em 2024, centrado no fornecimento seguro e estável de energia e em laços comerciais mais profundos, ao mesmo tempo que avançam os objetivos climáticos comuns.
Joe Biden também felicitou JLo pela assinatura por parte de Angola dos Acordos Artemis, que promovem uma visão comum da exploração espacial para o benefício de toda a humanidade, e pela adesão à Parceria para a Cooperação Atlântica.
A visita surge meses depois de Biden e os seus aliados do G20 terem revelado o projeto do Corredor de Lobito. Este projeto faz parte de um programa global de infra-estruturas, defendido por Biden que pretende ser um contrapeso à iniciativa chinesa “Nova rota da seda”.
“São um parceiro estratégico e uma voz global crescente em questões de paz e segurança”, disse na quinta-feira o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, acrescentando que os dois líderes iriam discutir a cooperação económica e de segurança, bem como questões regionais e globais.
Refira-se por último, que os dois líderes decidiram abordar em conjunto os desafios globais, incluindo a guerra da Rússia na Ucrânia e o conflito no leste da República Democrática do Congo. A reunião reafirmou também os progressos significativos alcançados nos 30 anos de relações diplomáticas entre os dois países.
Biden comprometeu-se a visitar África em 2023 quando recebeu os líderes do continente em Washington, em dezembro passado, mas a Casa Branca tem-se recusado repetidamente a dizer quando fará a viagem, e não há indicações de que vá cumprir a promessa antes do ano novo. Questionado se iria visitar Angola, Biden disse: “Já lá estive e voltarei”.