Marrocos anunciou que perto de um milhão de famílias desfavorecidas receberão, pela primeira vez, uma ajuda mensal direta, um sistema inédito no reino.

No total, espera-se que sejam beneficiadas cerca de um milhão de famílias. Estas prestações familiares específicas fazem parte de uma vasta reforma social iniciada pelo Rei Mohammed VI em 2020.

Os beneficiários receberão pelo menos 500 dirhams (pouco mais de 51 dólares) por mês, independentemente da composição da família, segundo o Primeiro-Ministro Aziz Akhannouch.

A implementação deste programa exigirá um orçamento de 25 mil milhões de dirhams (cerca de 2,5 mil milhões de euros) para 2024, segundo o porta-voz do Governo, Mustapha Baitas, no final de outubro.

A cobertura médica também foi alargada gratuitamente a mais de 10 milhões de pessoas desfavorecidas, com o Estado a suportar o custo das suas contribuições.

Estas reformas sociais são implementadas num contexto de abrandamento económico e de profundas disparidades sociais que afetam este país de 36 milhões de habitantes.

De acordo com as últimas estimativas do Banco Central de Marrocos, o reino deverá registar uma taxa de crescimento de 2,7% e uma inflação de 6,1% em 2023.

Até agora, a assistência social tem sido indireta e não direcionada, com Marrocos a subsidiar certos bens de consumo através de um fundo de compensação. Este fundo deverá ser objeto de uma reforma, mas a data ainda não foi fixada, para dar lugar a uma ajuda específica aos mais desfavorecidos.