O Banco Nacional de Angola (BNA) através do seu Comité de Política Monetária (CPM) teceu algumas considerações em relação à taxa de inflação no país. Apesar da inflação homóloga (em 12 meses) continuar a subir, atingindo 31% em junho, o que é o valor mais alto em 7 anos, o BNA espera uma redução da inflação homóloga a partir de agosto. Isso deve-se à desaceleração da taxa de inflação mensal observada nos últimos dois meses, que caiu de 2,49% em maio para 2,07% em junho.
O BNA prevê que a inflação termine o ano em torno de 23,4%, embora essa meta seja considerada otimista por alguns especialistas. A desaceleração da inflação mensal condicionou a decisão do CPM de manter inalteradas as taxas de juros, mantendo a Taxa BNA em 19,5%, a taxa de juros da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez em 20,5% e a taxa de juros da Facilidade Permanente de Absorção de Liquidez em 18,5%.
Economistas como Wilson Chimoco e Heitor Carvalho acreditam que o BNA deve manter uma postura “pomba” (ou seja, mais branda) na condução da política monetária nos próximos meses, aguardando a consolidação da tendência de queda da inflação mensal. Eles acreditam que o CPM deve manter as atuais taxas de juros de referência em setembro e novembro, e começar a indicar cortes a partir de maio de 2025.
Apesar da melhoria observada nos últimos meses, a inflação continua alta, com a taxa anualizada em junho a chegar a 28% e a inflação acumulada nos últimos 3 meses a atingir 33%. Perante este cenário, segundo alguns economistas, justifica-se uma política monetária mais restritiva.
No entanto, o BNA opta por uma postura conservadora, acreditando que as principais causas e ações para combater a inflação estão do lado da política comercial, e não da política monetária.