Na sua última análise à economia angolana, a Standard & Poor’s , uma das mais prestigiadas agências de classificação de risco, antevê que a inflação média do país chegue ao final do ano a 13 %.

Já para o ano de 2024, o valor deverá baixar até aos 10 %, e o crescimento económico, como era de esperar, é menos otimista, vaticinando uma descida de 2,3 % para 0,9% este ano e 1,2 % para 2024.  Em relação à dívida pública acentua-se uma forte subida até 93 % do PIB, antevendo a agência que este valor acima dos 90 % se mantenha até, pelo menos 2026.

De acordo com a S&P, esta previsão baseia-se na forte desvalorização do kwanza e na redução na produção de petróleo. Além disso, perante o aumento previsível do nível da dívida pública e os custos do serviço da dívida, inevitavelmente levará a um aumento da pressão dos pagamentos no próximo ano. Mesmo assim, a agência de rating mantem a classificação de Angola em B- (perspetiva estável), que está dois níveis abaixo do nível de recomendação de investimento.

Devido à impressionante desvalorização de 40 % do kwanza em relação à moeda americana, os pagamentos da dívida em moeda estrangeira, naturalmente encarecerão, podendo Angola ter que pagar mais de 7 biliões de dólares este ano e uma média de quase 8 biliões entre 2024 e 2026, sendo que uma grande parte desse valor está relacionado com a dívida que o país possui em relação à China.