Apesar de uma ligeira melhoria na sua pontuação, Angola continua a figurar entre os países com baixa liberdade económica, segundo o Índice de Liberdade Económica de 2025 da Heritage Foundation. Com 55 pontos — um acréscimo modesto de 0,7 face ao ano anterior — o país mantém-se estagnado na 118.ª posição entre 176 nações avaliadas. O relatório traça um retrato preocupante da governação angolana, expondo falhas estruturais que continuam a impedir o desenvolvimento económico sustentado.

A dependência excessiva das receitas do petróleo e dos diamantes é apontada como uma das principais debilidades. Esta dependência é alimentada por um modelo económico centralizado, onde o Estado domina sectores-chave através de monopólios e quase-monopólios, minando qualquer tentativa de concorrência e inovação. Em vez de estimular a diversificação e o crescimento do sector privado, o Governo persiste numa estratégia de controlo e proteção de interesses instalados.

A crítica mais severa, porém, incide sobre o Estado de Direito. A corrupção, descrita como generalizada, aliada à falta de independência judicial e à interferência política, mina as bases da liberdade económica. A fraca eficácia judicial e a baixa integridade governamental não só afugentam o investimento estrangeiro, como comprometem a confiança dos próprios cidadãos nas instituições públicas.

O ambiente regulatório permanece hostil ao investimento, com barreiras não tarifárias e exigências burocráticas que desincentivam a atividade empresarial. O Governo angolano, apesar da retórica reformista, continua incapaz de implementar políticas credíveis que promovam mercados abertos e competitivos.

Este diagnóstico internacional revela o fracasso continuado da governação em criar condições para uma economia livre, justa e sustentável, apontando para a urgência de reformas estruturais profundas que, até agora, têm sido sistematicamente adiadas.