Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) em Angola revelaram estatísticas alarmantes sobre os projetos de construção no país. Dos 5.119 projetos pesquisados em todo o país, impressionantes 75% foram interrompidos durante o primeiro trimestre de 2024, com apenas 1.271 projetos ainda em andamento.
Esta tendência de paralisia de projetos é uma tendência desde o trimestre anterior, quando 72,6% dos projetos foram identificados como estagnados. As principais razões por trás deste ‘fenómeno’ foram atribuídas a desafios financeiros, levando ao desperdício de recursos, falta de planeamento e aumento dos custos de construção devido a atrasos.
A informação do INE destacou que, tanto as iniciativas públicas quanto as privadas foram afetadas pela interrupção de projetos de construção. Projetos conduzidos pelos municípios sofreram vários revezes, devido a restrições orçamentais, resultando em atrasos nos pagamentos e subsequente abandono por parte dos contratantes. Por outro lado, os projetos privados foram prejudicados por limitações financeiras entre cidadãos e empresas, exacerbadas pelas condições económicas e acesso restrito a crédito bancário caro.
Além disso, vários fatores, como o escrutínio regulatório que causa paralisações na construção, disputas de propriedade de terras interrompendo projetos e roubo de materiais de construção, foram identificados como elementos que contribuíram para a paralisia generalizada de projetos.
As províncias de Benguela, Cabinda e Uíge exibiram as maiores percentagens de projetos paralisados, contrastando com a menor taxa em Luanda, onde prevaleceram as capacidades financeiras e a supervisão mais rigorosa do contratante. No entanto, mesmo em Luanda, projetos significativos como os do Kinaxixi, Jardim do Mutu e empreendimentos urbanos permaneceram paralisados por quase uma década. A maioria das obras visitadas pelo INE, estavam relacionadas com a construção de moradias.
Independentemente da complexidade do sector da construção em Angola, é por demais evidente a necessidade urgente de intervenções estratégicas para revitalizar os projetos paralisados.