João Lourenço veio à televisão dizer que Higino Carneiro estava a usar o seu nome (do Presidente) e o do MPLA em vão. Não há qualquer apoio do Presidente ou do MPLA à putativa candidatura de Higino Carneiro. Lourenço foi cristalino, não deixou dúvidas. Isso irritou muita gente que preferia a hipocrisia e dissimulação estudada de José Eduardo dos Santos.
Contudo, poucas horas depois, Higino Carneiro anunciou por todo o lado, incluindo na sua página do Facebook, que se está nas tintas para o que Lourenço tenha dito. O sinal é também claro, a autoridade, que não o poder formal, de Lourenço está em queda, a desobediência está instalada.
Noutro lado do espectro, a UNITA e o PRA-JÁ iniciaram um violento conflito, uma guerra fratricida, pode facilmente redundar em violência, tanto parece ser o ódio acumulado.
Ambas as situações significam que a situação de estabilidade, seja no MPLA, seja nas oposições, pode rapidamente sair do controlo.
Há forças centrífugas, isto é, que afastam do centro, a funcionar com toda a velocidade e intensidade.
O perigo efectivo de um incremento a conflitualidade, mesmo do surgimento de violência é grande.
Angola está a entrar numa nova fase, em que se perdem as referências e as certezas adquiridas no passado (tal como o mundo em geral).
É um tempo perigoso para a paz e tranquilidade públicas.