O Fundo Monetário Internacional (FMI) está em Angola até sexta-feira, para fazer uma avaliação do estado da nossa economia e aferir dos ″potenciais riscos″ que podem afectar o pagamento do empréstimo de 4,5 mil milhões de dólares. Do que se sabe, através de um comunicado do Ministério das Finanças, é da existência de várias reuniões de trabalho que envolvem várias figuras da finança do país.

O FMI está numa missão de monitoramento no País, com foco na avaliação da capacidade de Angola em honrar sua dívida com o FMI, bem como na identificação de potenciais riscos que possam afetar esse compromisso. A missão inclui encontros com autoridades governamentais, como os ministros de Estado para a Coordenação Económica, das Finanças, do Planeamento e da Indústria e Comércio, além do governador e vice-governador do Banco Nacional de Angola. Os principais temas discutidos incluem perspectivas económicas e orçamentais, medidas de contingência, políticas monetária e cambial, previsões do sector petrolífero, perspectivas da dívida e políticas de diversificação da economia.

Angola tem beneficiado do Programa de Financiamento Ampliado do FMI, que resultou num empréstimo inicial de 3,7 mil milhões de dólares, expandindo-se para 4,5 mil milhões na terceira avaliação, visando apoiar reformas macroeconómicas e mitigar os impactos da pandemia da Covid-19. Este programa teve a duração de três anos e ficou concluído em dezembro de 2021, após o desembolso total do montante acordado.

O FMI tem vindo a emitir alertas sobre a economia de Angola, destacando a alta dependência do petróleo, vulnerabilidades no sector bancário e uma dívida elevada com acesso incerto aos mercados. Além disso, alertou para riscos associados a uma queda inesperada nos preços do petróleo e/ou na produção doméstica de petróleo.

O Fundo instou Angola a continuar com a consolidação orçamental e a implementar reformas estruturais apoiadas pela assistência técnica do FMI e de outros parceiros de desenvolvimento, visando manter a estabilidade macroeconómica e promover um crescimento diversificado, resiliente e inclusivo.

O FMI também enfatizou a importância de uma orientação restritiva da política monetária, a transição para um quadro de metas de inflação e a melhoria do funcionamento do mercado cambial. Além disso, recomendou a implementação eficaz de novos regulamentos de supervisão, a operacionalização do quadro de resolução bancária, o aumento da intermediação financeira e do crédito ao sector privado, e o reforço do capital humano, do ambiente empresarial e do acesso ao financiamento. O Fundo destacou que tais esforços são críticos para Angola, juntamente com questões relacionadas à governança e ao combate à corrupção e ao branqueamento de capitais.