Sim, o Presidente da República merece parabéns pela força e empenho que tem colocado na construção e inauguração de hospitais. Esse facto deve ser sublinhado e elogiado.

Contudo, tem-se visto que tal não basta. Não havendo duas componentes essenciais, muito rapidamente, os novos edifícios poderão não passar de ruínas de um sonho engolidas pelas raízes do mato. As duas componentes são a manutenção e os recursos humanos.

As obras novas têm de ser mantidas, reparadas, não cair em decadência. Já corre uma história a propósito do Hospital Geral do Bié, Walter Strangway, segundo a qual se encontra em degradação rápida por falta de manutenção. Não temos a certeza se são “fake news” ou realidade. O importante é que pode estar a acontecer, pois verifica-se que na generalidade das obras não há previsão de manutenção e tudo se vai estragando. É fundamental inverter esta cultura de “encher o olho” e haver uma preocupação com os pequenos detalhes como a manutenção, pois, no final, são estes que fazem a diferença.

O outro componente são os recursos humanos. Muito provavelmente não haverá recursos humanos qualificados para trabalhar em tantos hospitais. Tal como no caso da manutenção, tem de ser uma prioridade. Dotar os hospitais com os recursos humanos adequados.

Será da soma de obras, recursos humanos e manutenção que surgirá o verdadeiro arranque sa saúde em Angola.