Que João Lourenço faz bons discursos (embora lidos de forma monocórdica) já sabemos.

Os seus discursos anunciam uma Angola que todos quereríamos.

Contudo, há, continua a haver, um grande diferencial entre discursos e factos. Basta ver o combate à corrupção. Começou e foi corajoso, mas não continua. O que se ouve é que os novos poderes recorrem com frequência a actos de corrupção. Não há provas, há apenas rumores, mas rumores persistentes, e parece que ninguém se preocupa.

Os antigos corruptos continuam sem ver os seus julgamentos a começar, seja Kopelipa, seja Isabel, para não falar de Vicente. Sobrinho terá encontrado refúgio em Angola, depois de ter estoirado um banco também angolano (BESA). Assim não dá.

Há um esforço que é fundamental fazer que é aproximar os discursos à prática. Ou é ou não é. Ser assim-assim, acaba por ser nada.

É o que se espera. Depois da óbvia vitória americana de João Lourenço, é fundamental um arranque final para o seu mandato. Dois anos e meio em política é muito tempo, o suficiente para fazer coincidir os discursos com os factos. Ou será, como diz Rafael Marques, que João Lourenço desistiu do país?