É preocupante a redução significativa no envio de remessas por estrangeiros que vivem em Angola para os seus países de origem. No primeiro semestre do ano, as remessas para o exterior caíram 64% em comparação com o mesmo período do ano passado, totalizando 113 milhões de dólares.
Esta queda é atribuída fundamentalmente, à escassez de moeda estrangeira e à forte desvalorização cambial, que aumentou os custos das transferências e dificultou o acesso dos bancos a divisas estrangeiras para atender às necessidades dos clientes. Isso resultou em atrasos significativos nas transferências, que impacta negativamente o envio de remessas para o estrangeiro.
Enquanto as remessas para fora do país diminuíram, as remessas dos angolanos que vivem no estrangeiro, aumentaram em 35% para 7,3 milhões de dólares. No entanto, apesar desse aumento, o valor total das remessas recebidas por Angola representa apenas 6% do montante das remessas enviadas pelos estrangeiros que vivem no país. Além disso, o saldo das remessas e outras transferências pessoais registou um déficit de 105,6 milhões de dólares, o que reflete a discrepância entre o montante enviado para o estrangeiro e o valor recebido.
As remessas são uma fonte crucial de rendimento para as famílias e desempenham um papel significativo no crescimento e desenvolvimento económico. No entanto, as condições macroeconómicas de Angola e a falta de opções financeiras atraentes estão a contribuir para o aumento do envio de remessas do país para fora.
Portugal é o principal destino das remessas enviadas de Angola, representando 76% do total. Contudo, as remessas para Portugal diminuíram em 57%, enquanto as remessas de angolanos que vivem em Portugal para Angola totalizaram apenas 1,5 milhões de dólares. Além de Portugal, China e Vietname também são destinos significativos para as remessas que saem de Angola. Em termos de origem das remessas dos angolanos na diáspora, Portugal representa a maior parte, seguido pelos Estados Unidos e França.