A administração Biden tem feito muito por África, mas a Lei de Redução da Inflação (LRI) inclui uma disposição fundamental que está a prejudicar o continente. A LRI está a excluir os países africanos das cadeias de abastecimento de minerais críticos. Incluí-los seria uma vitória estratégica e diplomática.
Ao restringir os créditos fiscais para veículos elétricos aos que contenham baterias que incluam uma determinada percentagem de componentes produzidos internamente ou de países com acordos de comércio livre com Washington, o governo dos EUA está a excluir a maioria dos países africanos da cadeia de fornecimento de minerais críticos.
África tem 30% das reservas destes minerais e só a República Democrática do Congo tem 70% do cobalto do mundo – que é crucial para muitos produtos eletrónicos modernos. Ora, a exclusão dos fornecedores africanos deixa Washington altamente dependente de Pequim. Se não for retificado rapidamente, a LRI terá a consequência não intencional de diminuir os laços comerciais dos EUA com África e ceder o mercado africano de minerais essenciais a outras nações – como por exemplo a China.
Contudo existe uma solução. Alargar a LRI de modo a incluir todos os beneficiários da Lei do Crescimento e Oportunidades para África proporcionaria aos EUA um maior número de fornecedores de minerais essenciais e encorajaria o investimento em sectores que são uma prioridade para os governos africanos.
Os minerais críticos de África podem impulsionar a transição para a energia verde da América.