Com a visita a Angola do Secretário da Defesa norte americano Lloyd Austin, as relações de cooperação entre os dois países no plano da defesa irão emergir para um patamar bem mais elevado. Pelo menos, é o que se pode aferir dos comunicados e declarações prestadas por ambas as delegações diplomáticas.

De acordo com o responsável norte americano, os EUA e Angola vão “continuar a reforçar a parceria para promover a paz, segurança e uma governança baseada em regras”. Lloyd Austin, chega a Angola no âmbito de um périplo africano, depois de passar pelo Djibuti (onde existe uma base militar permanente dos EUA) e pelo Quénia, tendo sido recebido pelo Presidente angolano, João Lourenço.

O grande objetivo desta visita passa, segundo o comunicado do Departamento da Defesa americano pela “construção de relações de defesa mais fortes e na exploração de caminhos para uma maior cooperação militar entre militares dos EUA e Angola”.

No período da presidência de João Lourenço, o país tem passado por uma fase de redefinição das suas relações com os EUA, havendo claramente uma mudança de rumo. O estreitamento das relações com a maior potência militar do mundo, tem sido sinónimo para muitos analistas, num esfriar das relações com os seus tradicionais aliados do passado, designadamente a Rússia e a China. No entanto, esse argumento não invalida que Angola mantenha na mesma uma excelente conexão com essas duas potências.

Aliás, recentemente, o jornal chinês The South China Morning Post publicou um artigo sobre a evolução da dívida de Angola à China e a importância da parceria entre os dois países para a reconstrução de Angola no pós-guerra, destacando que a China emprestou, através de diversas instituições, mais de 42 mil milhões USD aos angolanos e que actualmente o país deve ao gigante asiático mais de 20 mil milhões USD.

Antes desta visita, já tinha havido vários contactos recentes entre as mais altas instâncias dos dois países, e na semana passada foi notícia a exportação de Angola dos primeiros produtos alimentares através da empresa angolana foodcare para os EUA, com a ajuda da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional).

Aguarda-se também com natural expectativa se a anunciada visita do Presidente dos EUA ao continente africano irá incluir Angola.