Entre os vários erros que José Eduardo dos Santos cometeu, um dos principais foi deixar- se encostar ao canto em termos de saída e sucessão. Quando foi obrigado a retirar-se, devido ao colapso da sua política e economia, não tinha um plano. Fez tudo improvisadamente. Foi um desastre para ele (e família).
João Lourenço está a cometer o mesmo erro e a deixar- se encostar a um canto em dois temas.
O primeiro é as autarquias. Prometeu, e várias vezes, avançar e não avançou. Fez nim (não e sim). Ao tomar esta posição dúbia deixou as forças seguirem um caminho anárquico. Hoje está encostado a um canto. Dificilmente, poderá continuar na mesma posição, e quase certamente vai ter de avançar com as autárquicas de forma atabalhoada.
O mesmo acontece com o terceiro mandato. Não afasta em definitivo, mas também não avança. A situação torna-se pantanosa. Daqui a pouco será encostado a um canto e não terá margem de manobra.