Uma das principais ‘dores de cabeça’ que o país enfrenta é o desemprego, principalmente aquele que fustiga os jovens angolanos. Por mais que o Governo insista que está a tomar medidas para mitigar este problema, o desemprego persiste, embora existam alguns fogachos de melhoria.
Sem embargo, a empregabilidade nos centros de emprego no país, não refletem completamente a situação do mercado de trabalho, já que nem toda a procura e oferta de emprego são comunicadas previamente ao Instituto Nacional de Emprego e Formação Profissional (INEFOP), conforme exigido por lei.
Nos últimos seis meses, apenas 6.179 pessoas foram inseridas no mercado de trabalho formal pelos 81 Centros de Emprego públicos, representando apenas 13% do total de 47 mil colocações comunicadas ao INEFOP pelas empresas. A maioria das contratações é feita diretamente pelas empresas, representando 86% do total, e há um longo caminho a percorrer para atrair empresas e candidatos aos centros de emprego.
O que acontece é que a dinâmica do mercado de trabalho permite que as empresas realizem recrutamentos diretos sem recorrer aos centros de emprego, o que limita a capacidade desses centros de realizar colocações desejáveis de candidatos. Além disso, a falta de requalificação e modernização dos centros de emprego também contribui para o pouco sucesso na inserção dos candidatos no mercado de trabalho. Os centros de emprego possuem potencial para constituir uma base de dados importante para a empregabilidade no país, facilitando a conexão entre as empresas e candidatos qualificados. No entanto, ainda estão longe do que acontece em outras realidades, como no Brasil e Portugal.
Os centros precisam criar uma base de dados interligada com as universidades e os centros profissionais para entender melhor as qualificações dos candidatos em diversos sectores. A modernização dos centros de emprego é uma prioridade do Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN 2023-2027), que pretende implementar uma plataforma de gestão dos serviços dos centros de emprego e criar uma plataforma digital que agregue os perfis dos candidatos, acompanhe o seu estado laboral e forneça serviços como criação de currículos e aconselhamento de carreira.
O Programa de Requalificação, Expansão e Modernização dos Centros e Serviços de Emprego (PREMCSE) está a ser implementado para aumentar a capacidade de resposta da rede de centros e serviços de emprego, aproximando-os dos cidadãos. Este programa inclui a modernização e requalificação de mais 17 centros, com o objetivo de melhorar a infraestrutura e os recursos técnicos e humanos.
