O sistema bancário angolano continua longe de se afirmar como uma opção segura e atractiva para investidores internacionais. A avaliação é feita por Steve Hanke, reputado economista e professor na Universidade Johns Hopkins, que afirmou recentemente que o sector bancário de Angola “não é actualmente um investimento viável”.
Em declarações à revista The Banker, Hanke apontou a posição preocupante de Angola no Índice de Liberdade Humana de 2024 do Cato Institute, onde o país ocupa o 155.º lugar entre 165 países avaliados, com particular destaque negativo para o sistema jurídico e os direitos de propriedade. A nota atribuída nesta dimensão – 3,2 em 10 – é reveladora da fragilidade institucional que continua a marcar o ambiente económico angolano.
Para Hanke, a ausência de transparência e a fraca qualidade dos dados económicos reportados são sintomas de um sistema que carece de reformas profundas. A crítica do economista é clara: se o governo angolano estivesse verdadeiramente empenhado em criar um sistema regulatório robusto e confiável, já teria avançado para padrões de transparência mais exigentes. Mais ainda, Hanke questiona se os investimentos são realmente competitivos ou se continuam a privilegiar actores próximos do poder.
Num momento em que Angola procura atrair investimento estrangeiro para diversificar a sua economia, a falta de credibilidade do sistema financeiro coloca sérios entraves – entraves esses cuja superação depende, em grande medida, da vontade política do governo.