A troca de cargos no executivo de Lourenço é uma rotina de tal forma instituída, que já pouco ou nenhuma reação provoca nos mais variados quadrantes da sociedade.

As mais recentes foram a nomeação de Rui Luís Falcão, o antigo Secretário para Informação e Propaganda do MPLA, para Ministro da Juventude e Desporto, e a exoneração de Virgílio Fontes Pereira, que liderava a bancada parlamentar do MPLA, tendo sido substituído pelo advogado e deputado Joaquim Carlos dos Reis Júnior.

O Presidente da República, João Lourenço, teve de exonerar Palmira Leitão Barbosa, do cargo de Ministra da Juventude e Desportos. Palmira Barbosa, que ocupava este cargo há cerca de dois anos, é assim substituída por um dos elementos do bureau político do MPLA, que desempenhou um papel com maior visibilidade no período da campanha das eleições gerais de 2022. Por seu lado, Rui Falcão é substituído pelo jurista Esteves Hilário, eleito deputado em 2022.

Muito recentemente, pudemos observar a mais “danças de cadeiras”: na presidência do Banco Nacional de Angola, no cargo de ministro de estado para a coordenação económica, na direção do IGAE (Inspeção Geral da Administração do Estado), e até a mudanças de nome de ministérios fomos presenteados.

Este tipo de procedimento recorrente do governo, deixa qualquer um de nós com várias dúvidas e interrogações sobre a utilidade e benefício de tantas alterações. Afinal de contas, muitas destas mudanças são explícitas troca de lugares entre indivíduos já familiarizados com os corredores do poder. O surgimento de “sangue novo” dificilmente se verifica.

Além disso, como podemos ambicionar que determinado ministério ou instituição funcione com eficiência e competência, se estamos a mudar constantemente o seu dirigente, e consequentemente as linhas orientadoras de direção acabam por ser distintas?

O que todos ansiamos é por um governo que nos coloque no rumo do desenvolvimento.