Há uma página do Facebook de uma Joana Clementina (que não o é, mas sim de várias pessoas próximas do MPLA) que se especializa em fazer denúncias e antecipar notícias. Umas vezes acerta, outras vezes não passa de desinformação.
Nos últimos tempos tem repetido histórias sobre ministros e altos dignatários angolanos que compram casas milionárias em Málaga, Marbella ou Cascais e que se deslocam todos os fins-de-semana de avião a jacto privado para as suas mansões europeias.
Citamos: “Esse país não é para cardíacos. agora a vaidade entre eles não é quem tem família em Portugal, casa em Cascais ou Estoril, aliás já dizem eles Lisboa é p os AGT bancários e derivados. o desafio entre eles agora é quem tem casa em Málaga nas praias de Marbella ou com vista para a lá concha ou com vista ao mediterrâneo vendo Marrocos, mas a maior vaidade deles está nos jatos, já não querem viajar misturados nos ” comboios da TAP ou TAAG”.
“Embraer legacy 500 ontem no aeroporto de Cascais destino Luanda a bordo vcs já sabem”
E muitos “posts” deste tipo repetem-se, insinuando que se referem a ministros do presente governo.
A questão que temos perante nós é simples. Não há ordenado de nenhum ministro em qualquer parte do mundo, nem mesmo em Singapura em que ganham como gestores privados de topo, que sustente a detenção de aviões a jacto e mansões no Mediterrâneo. Não há.
Se é verdade o que a página Joana Clementina denuncia, a PGR deve abrir um inquérito para investigar onde é que os ministros arranjaram os fundos para esse estilo de vida. Depois dos anúncios sobre o combate à corrupção em 2018/2019, não se pode “encolher os ombros”.
Não se pode deixar que seja apenas uma elite corrupta a substituir outra. Há um dever nacional da PGR em agir.
Por outro lado, se for descoberto que as “informações” da Joana Clementina são falsas, também devem ser tomadas medidas. O que não se pode aceitar é que rumores se espalhem e ninguém faça nada.